terça-feira, 2 de agosto de 2011

Melhor sobre um todo.

Me pego em palavras que possam expressar um todo, não há. Os últimos meses foram decisivos, os útimos fatos foram surpreendentes. Tudo se ajeitou, se encaixou, e se perdeu ao mesmo tempo.
Hoje sei, quanto ja fui tola, hoje meu drama que ocupava espaço em 70% da minha mente, está pequeno e insignificante, posso ouvir o som da minha razão, posso agir para o meu melhor.
Absurdo pensar o quanto pude ter sido estúpida, criança, mimada, em todo, com tudo.
Absurdo maior ainda, é saber que sobre um todo eu tomei a postura da idade que tenho.
Não há tanto tempo para essa "aparência", não há tantas desculpas esfarrapadas. 
Tenho 18 anos nas costas, a vida andou me cobrando, andei encarando ela, e afirmo: foia melhor decisão que tomei. E na minha "jornada" caso tenha ferido alguém, me desculpo, e compreendo, que é errando que tornei a pessoa que sou: Melhor sobre um todo.

Fim-da-prosa

Sobre ontem, eu não sei muito o que dizer, e sobre amanhã saberei menos ainda. Aprendo conforme as horas passam e logo em seguida me esqueço aos poucos. Não me lembro de muita coisa, e o que lembro tento escrever antes que esqueça. É como se fosse uma simples prosa entre amigos-antigos sobre oque o mondo nus oferece Esqueço-me de tantas coisas que nem me lembro do que já esqueci, e para não esquecer o que deveria ser inesquecível faço do momento um verso ou outro, e assim não me esqueço. Já me esqueci dos amigos das prosas-antigas, porém, como um verso pouco legível e escrito rapidamente: porem fica ali, no papel, como se estivesse escrito na alma. Mas sobre ontem, o que posso dizer, é que li n’um desses versos rabiscados poucos antes de dormir, que foi em uma prosa num parque um tanto que longe de casa onde o motivo com um nome meio-dito de inspiração me tomou como seu. E o que posso dizer sobre hoje, é que entre o verso e a prosa, o pensamento que já é meu cúmplice e sabe aonde quero ir e quem quero ter em meus braços, me trás uma lembrança que não foi escrita: me lembrei do que não consigo descrever em versos e nem falar em prosa, me lembrei do seu primeiro olhar antes de encontrar o meu, me lembrei do teu sorriso e do teu cigarro entre os dedos, me lembrei do meu primeiro verso e da nossa primeira prosa e me lembrei, sem nenhum esforço, que senti um arrepio consumindo meu corpo quando você me pediu aquele abraço no fim-da-prosa, e esse virou o meu verso.

Notas metálicas.

Façamos dessa nossa história uma melodia. Que tenha notas delicadas quando estivermos de bem, notas pesadas quando estivermos de mal. Notas doces quando pronunciarmos palavras doces, notas metálicas quando cuspirmos palavras rudes. Nós não somos a mais bela das músicas, não fomos tocados por nenhuma orquestra. Mas somos uma música eterna. Somos o tipo de música que sempre iremos tocar, iremos ouvir. Uma música que daqui vários anos alguém vai ouvir e ouvirá nós. Nossa história, escrita numa partitura;eterna;.."como sempre será."

Me lamurio.

Eu quero chafurdar na dor desse ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodca, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina e ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum pana qualquer choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?

Por fim.

-Garçom-Me aproximei do balcão. -Quero um copo com Whisky e Vodca.
- É pra ja- Serviu. Entornei o liquido junto com as minhas mágoas. Cuspi tudo de volta no copo. Levei na boca de novo. Era sempre assim as mágoas não saiam de mim. Deixei algumas gostas escorrerem pela minha boca de novo ao copo. Entornei o resto. E eu não deixava que as mágoas saíssem daqui. Pausei. Cuspi. Tomei. No fim paguei. Me levantei. Paguei? Voltei. Sentei. Chorei. Mordi a blusa. Pedi outro copo. Cuspi. Bebi. Outro. Cuspi em outro. Bebi outro. Mais outro. Outro?
Lágrimas iam embora. Caiam dentro do copo. As tomei de novo. Suor se misturou as lágrimas, que se misturaram a saliva. Cuspi. Entornei. Dor. Doce dor. Chorei ate dormir. Cuspi. Bebi.
Você chegou. Se esconde. Te encontro. Nos magoamos. Choramos. Suamos. Misturamos. Cuspimos. Bebemos um ao outro. Outro. Mais outro e outro. Por fim não sobrou mais nada. Chorou ate dormir. Dor. Doce dor. Agonizou. Se trancou. Cuspi. Te bebi. Nos exploramos. Agonizamos. Suspiramos. Ate gostamos. Por fim. Cuspi. Te bebi. Vomitei. Morri.
Eu tenho ensaiado isso por horas, andando pra lá e pra cá
E agora eu acho que eu estraguei tudo.
Portanto digo isso mais alto, eu amo como falar?
Tinha um longo cabelo desgrenhado, mesmo assim não deixava de ser um belo cabelo com lindas madeixas. Exagerava na maquiagem, e se aproximando um pouco mais podíamos ver uma coisa amadora, de quem não sabia como se maquiar mas mesmo assim insistiu tentando deixar a linha preta que lhe cobria a parte inferior dos olhos a mais reta possível. Não se equilibrava bem no pequeno salto que usava, pequeno em relação ao das outras mulheres ao redor. O vestido desenhava a suas gorduras em excesso na área do colo, ela vestia um "tomara-que-caia" andava meio desengonçada, mas não deixava de aparentar uma pouca idade.
Consegui sentir o seu hálito de cachaça, tinha olhos apáticos pouco atrativos.
Acompanhei ela com os olhos durante toda a festa. Fim de noite. Todos pra cama.


De cabeça para baixo, um pouco suado depois de uma noite insuportável de calor, a minha cabeça latejava as minhas costas me matavam e eu me encontrava quase caindo da cama. Seria bom se eu conseguisse bocejar sem sentir dores insuportaveis e quase torturantes a cada tentativa de abrir a boca. Toquei lentamente o queixo e senti a minha barba mal feita. Levantei caminhei até a cozinha. -O que temos aqui?- pensei, enquanto abria a porta da geladeira. Oba sorvete de creme. De novo.
Comi um pouco daquela coisa fria, e fui lavar o rosto. Fiz a barba. Me refiz.
Sai reparando nas pessoas como eu sempre fazia. Reparava em todos, todos não reparavam em mim. Andava em direção ao parque com um livro na mão, eu tinha trabalho serio e meus livros eram tudo o que eu tinha, ja que eu preferia ler até morrer ao me encontrar no meio daquela gente sem classe.


Me sentei em baixo da minha arvore preferida. Me senti estranho em relação ao lugar que estava sempre vazio das outras vezes e agora tinha um movimento estranho de pessoas. Levantei e fui em direção as pessoas que as vezes gemiam ao levantar a cabeça e olhar o que estava estirado no chão. Pensei em voltar para o meu lugar, varias vezes indeciso, o caminho que eu percorri era bem pequeno o qual se tornará longo e cheio de obstáculos divido a minha imprecisão. Pausei. Retornei a minha caminhada. Cheguei. Estremeci e quase vomitei. Reconheci de relance aqueles olhos apáticos, que agora ja se encontrava sem vida. A a mesma maquiagem torta. A pele que antes era corada agora estava magra, seca e branca.
Estava com sangue entre os dedos e uma poça se formava abaixo dela, não obtive mais informações sobre. Tateei ate conseguir sentar. Em algum lugar daquela grama de parque vi meu coração partido em dois pedaços.


Não saiu no jornal de ontem.

Ser assim igual a você!

- Às vezes eu queria ser assim igual a você!
- Assim como?
- Com esse jeito frio, fechado de ser, sem se importar nem um pouco com as pessoas que não estejam extremamente próximas. Pra falar a verdade, eu me acho é tola, boba, sei lá, por gostar tanto de tanta gente assim, praticamente sem motivo... e depois sempre acabar me magoando com elas, sabe?
- O que tu guarda aí dentro é coisa rara, valiosa, guria. Tu tem o coração mais lindo que eu já vi no mundo. Não é culpa tua quando gente ruim rouba-o de ti e acaba deixando quebrar justamente por não saber como cuidar dele como você cuida dos corações podres dos outros.

Coração podre de gente ruim, assim como o meu - pensei.